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Passei muito tempo a tentar compreender.
Na imagem
(21b) dois guardas estão a andar, e à volta do que é suposto ter sido Hai-Hien temos quatro coolies.
Na imagem
(21h) todos pararam para apreciar o espectáculo, e à volta do que se supõe ter sido o Hai-Hien temos oito coolies.
Sei que é, o que é suposto ser o corpo de Hai-Hien, porque Robert o diz no seu comentário da imagem
(22h).
Olhando para as imagens
(23h) e
(24h), tinha visto que os corpos não têm pernas, e aqui vejo todas estas pessoas (sete guardas que disfrutam do espectáculo), e deduzi que todos estão conscientes de que assistiram a uma simulação de execução.
Mas não conseguia compreender, algo me escapava!? Foi quanto tentava calcular o tempo decorrido entre as duas imagens,
(21b) e
(21h), que me apercebi que a câmara não se tinha mexido, e aí veio a resposta às minhas perguntas.
Se a câmara não se tinha mexido, é porque não era uma fotografia tirada com a Kodak 04, e que era uma fotografia tirada com uma câmara fixa. Foi aí que descobri a famosa câmara escura que tirou todas estas belas fotografias e permitiu fazer todas as super montagens.
Na carta postal (21b) à direita, um dos guardas está a segurar numa cana de bambu, e no postal
(21h) vemos Robert a cortar a cana de bambu usando a sua perna esquerda como apoio. Robert cortou o bambu para fazer um tubo e pôs nele uma mensagem, que colocou no que é suposto ser o caixão de Hai-Hien. No postal
(21h) a quinta pessoa a partir da esquerda é Anne, e agora ela tem a câmara Kodak 04 que Robert lhe deu para guardar.
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Foi nesta altura que a quarta pessoa a partir da esquerda (o homem vestido de branco), se aproximou dela e lhe disse algo. Terá sido uma observação, uma pergunta depreciativa? Não sei dizer, mas foi como se os seus braços lhe tivessem caído!
Foi nesse momento que, vendo o pedacinho de rosto que mal saía do seu capacete, e a sua roupa de rapaz demasiado grande para ela, que senti o seu sentimento de impotência, misturado com culpa, vergonha, e não sei dizer que mais, que compreendi que (aquele guarda) era Anne fazendo o seu papel de zômbia.
Neste ponto da leitura das nossas histórias, em que você já não sabe o que dizer ou pensar, devo chamar a sua atenção para um pequeno detalhe que vai contar na forma como você vai descobrir as nossas histórias.
Olhe para a imagem
(25h) do lado direito, no centro do grupo de jornalistas, temos o chefe dos guardas dando uma conferência de imprensa.
O homem vestido de branco no lado esquerdo, podemos facilmente ver que ele não se importa com o que o chefe dos guardas diz, e vemos muito interessado na história, um fotógrafo vestido de preto com o seu capacete branco.
Não conheço muitas fotografias feitas pelo fotógrafo vestido de preto, mas vale a pena notar duas imagens, (fragmentos de cartas postais que podemos ver na página seguinte, postais editados por Dieulefils).
Na primeira imagem (69.1h) podemos ver, à direita, Robert e Anne, vestidos de branco, e é sobretudo interessante notar que embora seja uma imagem colorida que muitos anos mais tarde... A relva era verde, de facto, tudo era verde.
Na segunda imagem
(69.2h) Nguyen Duc, antes de ser substituído por um manequim, lutou, e embora estivesse amarrado, abaicharam-lhe a camisa por detrás das costas para o assegurar melhor, e pode-se ver no manequim da imagem
(24h) que não lhe vestiram a camisa.
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